segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Legítima Visão Espírita de Jesus de Nazaré

Escrito por Jorge Hessen

   Em meio à crescente proliferação de ideias exóticas no seio do nosso movimento, sobremodo nos preocupam aquelas cujo resultado é a deturpação da legítima visão espírita de Jesus de Nazaré.

   Existem alguns confrades inquietos e invigilantes que desejam proscrever Jesus do Espiritismo. São pessoas dotadas de maiúscula insensatez que regurgitam suas santas ignorâncias e as torturantes cantilenas de que Jesus não é o único modelo de amor absoluto (?). Alegam que seria injusto que 2/3 da população da Terra que "nunca" ouviram falar do Messias, ficassem "órfãos" de suas lições. Segundo a revista alemã Der Spiegel o panorama estatístico de religiosos atuais do Orbe é o seguinte: Cristãos não católicos (17,0%), Cristãos católicos (16,9%), Muçulmanos (23,1%), Hindus (13,0%), Budistas (6,1%), Judeus (0,2%) e Outros (23,7%). Observa-se que 1/3 da humanidade procura seguir os ensinamentos de Jesus, e para a crença dos outros 2/3 que não "conhecem" o Cristo, apesar do mundo globalizado atual, existiram e existem outros seres luminares, porém todos foram, são e serão discípulos de Jesus. (1)

   Em verdade Jesus, durante milênios, enviou seus emissários para instruir povos, raças e civilizações com conhecimentos e princípios da lei natural. Além disso, há dois mil anos, veio pessoalmente ratificar os conhecimentos já existentes, deixando a Boa Nova como patrimônio para toda Humanidade. Examinando o trajeto histórico das civilizações identificamos que em todos os tempos houve missionários, fundadores de Religião, filósofos, Espíritos Superiores que aqui encarnaram, trazendo novos conhecimentos sobre as Leis Divinas ou Naturais com a finalidade de fazer progredir os habitantes da Terra. Entretanto, por mais admiráveis que tenham sido suas missões, nenhum se iguala ao Adorável Nazareno. Até mesmo porque todos eles estiveram a serviço do Mestre Incomparável, o Guia e Governador Espiritual deste mundo de expiação e provas.

   Kardec, na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo escolhe dentre as cinco partes o Ensino Moral, o único que não está afeito a controvérsias, podendo inclusive unir todas as crenças em torno da sua mensagem universalista. (2) Na Terra, onde se multiplicam as conquistas da inteligência (algumas resvalam e se enterram nas valas profundas das retóricas vazias) e fazem-se mais complexos os quadros do sentimento amarfanhado no materialismo, saibamos que Ele "no campo da Humanidade [foi o único] orientador completo, irrepreensível e inquestionável, que renunciou à companhia dos anjos para viver e conviver com os homens". (3)

   Nos tempos áureos do Evangelho o apóstolo Pedro, mediunizado, definiu a transcendência de Jesus, revelando que Ele era "o Cristo, o Filho de Deus vivo" (4). No século XIX o Espírito de Verdade atesta ser Ele "o Condutor e Modelo do Homem" (5). Para o célebre pedagogo e gênio de Lyon, o Cristo foi "Espírito superior da ordem mais elevada, Messias, Espírito Puro, Enviado de Deus e, finalmente, Médium de Deus."(6) Não há dúvidas que Jesus foi o Doutrinador Divino (7) e por excelência o "Médico Divino", (7) segundo André Luiz. (8) Por sua vez, Emmanuel o denomina de "Diretor angélico do orbe e Síntese do amor divino". (9)

   Quando Allan Kardec questionou os Espíritos sobre quem teria sido o ser mais evoluído da Terra, recebeu uma resposta tão curta quanto profunda: "Jesus!". Sua lição é não só a pedra angular do Consolador Prometido, da Doutrina dos Espíritos, mas a régua de medida, o referencial universal com que aferiremos o nosso proceder, o nosso avanço ou o nosso recuo no processo de espiritualização que nos propusermos: a visão real do que somos no íntimo de nossa consciência e quão perto ou distante estejamos do amado Mestre Jesus que nos exorta a amarmos uns aos outros como Ele nos amou. (10)

   Amado por uns, odiado por outros, indiferente para muitos, Jesus deixou ensinamentos muito singelos mas profundos, ele aplicou a filosofia que difundia, desconcertando os inimigos gratuitos, granjeando apoios no povo e confundindo os restantes. Aos Espíritas sinceros cumpre não perder de vista essa realidade de suma importância - a total vinculação do Espiritismo com os ensinos de Jesus, o Cristianismo primitivo, pela base moral comum a ambos, sem desvios impostos pelo interesse dos homens.

   Ele vela pela nau terrestre e Se compadece de cada um de nós, facultando-nos recomeço e paz. Cada palavra que o Mestre plasmou na atmosfera terrena dirige-se a todos nós, ontem, hoje e sempre independente de onde possamos estar ou do que fazemos. O Meigo Galileu transcende as dimensões da análise convencional e do grau de desenvolvimento científico, moral ou espiritual do maior dos nossos intelectuais, porquanto Ele já era o construtor de todo o nosso Sistema Solar, quando sequer a vida neste planeta se apresentara.

FONTES DO ESCRITOR:
1- Emmanuel explica que os Capelinos, ao serem recebidos por Jesus, teriam guardado as reminiscências de seu planeta de origem e das promessas do Cristo, que as fortalecera ao longo do tempo, "enviando-lhes periodicamente os seus missionários e mensageiros." Os enviados do infinito falaram na China milenar, no Egito, na Pérsia etc.
2- Kardec, Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed FEB, 2001, Introdução
3- Revista Reformador - jan/2005
4- Mt 13, 16-17.
5- Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, 2001, pergunta 625
6- Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed. FEB, 1998, XV, item 2
7- Xavier, Francisco Cândido. Os Mensageiros, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed FEB, 2000, cap. 27)
8- Xavier, Francisco Cândido. Missionário da Luz, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed FEB 2003, cap. 18
9- Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, Ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed FEB 2001, 283 e 327.
10- Revista Reformador - nov/1998

Fonte: Blog Grupo Espírita Renascer (http://www.ger.org.br)

terça-feira, 20 de março de 2012

Resumo dos Principais Pontos da Doutrina Espírita

Autor: Allan Kardec

Os seres que se comunicam designam-se, a si mesmos, como o dissemos, sob o nome de Espíritos ou de Gênios, tendo pertencido, pelo menos alguns, a homens que viveram na Terra. Eles constituem o mundo espiritual, como nós constituímos, durante nossa vida, o mundo corporal.

Resumimos assim, em poucas palavras, os pontos mais importantes da Doutrina que eles nos transmitiram, a fim de respondermos mais facilmente a algumas objeções.

“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.”

“Criou o universo, que compreende todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais.”

“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corporal; os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, ou seja, dos Espíritos.”

“O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistindo e sobrevivendo a tudo.”

“O mundo corporal é apenas secundário, poderia deixar de existir ou nunca ter existido, sem alterar a essência do mundo espírita.”

“Os Espíritos vestem temporariamente um corpo material perecível, cuja destruição pela morte lhes devolve a liberdade.”

“Entre as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que atingiram um certo grau de desenvolvimento, o que lhe dá a superioridade moral e intelectual sobre os outros.”

“A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.”

“Há três coisas no homem: 1ª) o corpo ou ser material semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2ª) a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3ª) o laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.

“Assim, o homem tem duas naturezas: pelo corpo participa da natureza dos animais, dos quais tem os instintos; pela alma participa da natureza dos Espíritos.”

“O laço ou perispírito que une o corpo e o Espírito é uma espécie de envoltório semi material. A morte é a destruição do envoltório mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode tornar-se algumas vezes visível e mesmo tangível, como ocorre no fenômeno das aparições.”

“O Espírito não é, portanto, um ser abstrato, indefinido, que somente o pensamento pode conceber; é um ser real, definido, que, em alguns casos, pode ser reconhecido, avaliado pelos sentidos da visão, da audição e do tato.”

“Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais em poder, inteligência, saber e nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros por sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e seu amor ao bem: são os anjos ou Espíritos puros. Os das outras classes não atingiram ainda essa perfeição; os das classes inferiores são inclinados à maioria das nossas paixões: ao ódio, à inveja, ao ciúme, ao orgulho, etc. Eles se satisfazem no mal; entre eles há os que não são nem muito bons nem muito maus, são mais trapaceiros e importunos do que maus, a malícia e a irresponsabilidade parecem ser sua diversão: são os Espíritos desajuizados ou levianos.”

“Os Espíritos não pertencem perpetuamente à mesma ordem. Todos melhoram ao passar pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esse progresso ocorre pela encarnação, que é imposta a alguns como expiação15 e a outros como missão. A vida material é uma prova que devem suportar várias vezes, até que tenham atingido a perfeição absoluta. É uma espécie de exame severo ou de depuração, de onde saem mais ou menos purificados.”

[...]

Créditos: O Espiritismo

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